Cyberbullying
Comportamento normal e comportamento de risco
Cyberbullying é quando uma pessoa (ou grupo) intimida, ofende de propósito, através do meio virtual. Isso pode ocorrer por meio de mensagens, aplicativos, jogos ou mídias sociais.
Algum nível de brincadeira e zombaria entre amigos no ambiente virtual pode ser normal. Porém, quando isso se torna frequente, repetitivo, e gera efeitos negativos na pessoa-alvo das brincadeiras, temos um caso de cyberbullying. Além disso, trata-se de uma relação com desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor.
O cyberbullying difere do bullying, principalmente, pela possibilidade de anonimato do agressor e pelo fato de não ser restrito a uma localidade específica. Através dos aplicativos de mensagens, o cyberbullying pode ocorrer a qualquer hora, em qualquer lugar. Isso dificulta que a vítima escape dos ataques, sentindo-se desprotegida e em constante ameaça.
São comportamentos frequentes associados ao cyberbullying:
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Emitir opinião virtual sobre outra pessoa de forma depreciativa;
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Realizar comentários ou atribuir nomes ofensivos;
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Espalhar mentiras e boatos sobre outra pessoa;
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Fazer piadas e deboches;
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Excluir outra pessoa;
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Ameaçar, ou intimidar por mensagens, e-mails ou redes sociais;
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Fazer críticas repetidas à aparência ou comportamento;
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Utilizar perfis falsos para entrar em sites e denegrir a imagem;
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Divulgar fotos constrangedoras e íntimas sem o consentimento da pessoa.
O que podemos fazer?
Qualquer pessoa que sofre cyberbullying precisa de ajuda e proteção. De uma forma geral, as crianças e adolescentes acabam não procurando ajuda de adultos próximos. Os motivos principais são vergonha, medo do envolvimento do adulto piorar as coisas, e medo de perderem acesso às tecnologias digitais.
Se o acesso à internet já era pauta de discussão entre educadores, o seu uso demasiado no período de pandemia passou a ser foco de atenção e, por isso, saber lidar com a questão é fundamental.
Como podemos ajudar alguém que está sofrendo cyberbullying?
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Jamais ignore a situação. Construa uma relação de confiança com a criança, escute o que ela tem a dizer e dê o seu apoio incondicional;
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Elaborem um plano de ação juntos;
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Tente entender em qual contexto virtual o cyberbullying está acontecendo (jogos, sites, redes sociais);
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Capacite a criança a realizar etapas específicas. Não se deve responder às provocações e o agressor deve ser bloqueado imediatamente;
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Caso as agressões continuem, façam prints e denunciem como conteúdo inapropriado na plataforma;
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As vítimas precisam saber que não são culpadas pelas perseguições;
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Esteja atento(a) a mudanças no comportamento da criança, como isolamento e alterações no humor;
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Seja consistente nas suas intervenções. Se você disser que irá fazer alguma coisa, faça. As crianças percebem inconsistências e podem parar de pedir ajuda se isso acontecer.
Que atitudes podem atrapalhar?
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Ignorar ou minimizar o problema achando que irá passar;
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Esperar que as crianças resolvam seus conflitos por conta própria. Crianças precisam de auxílio para lidar e resolver conflitos de maneira efetiva;
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Atribuir o ato de fazer ou sofrer cyberbullying à personalidade ou ao perfil de uma criança;
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Utilizar linguagem agressiva ou ofensiva no dia-a-dia, que possa naturalizar os xingamentos e ofensas;
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Publicar informações que sejam negativas sobre alguém. Lembre-se de que você é um exemplo;
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Utilizar a privação de internet como uma resposta à queixa da criança. Você pode encorajar outras atividades, mas não restringir completamente o uso das tecnologias;
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Naturalizar o cyberbullying. Se presenciar, não fique calado(a), coloque-se no lugar dessa pessoa e tenha uma atitude positiva.
Como podemos ajudar alguém que está realizando cyberbullying?
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Faça perguntas como “Como você se sentiria se alguém fizesse isso com uma pessoa de quem você gosta? E com você?";
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Evite sermões e converse com a criança sobre como ela deve agir a partir daquele momento;
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É importante sensibilizar as crianças sobre crimes virtuais. Destaque que a idade e o anonimato não os isenta das penalidades previstas em lei;
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Os pais precisam estar atentos ao uso que seus filhos fazem das tecnologias digitais e, se for preciso, usar filtros de controle parental;
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Não trate a criança que está realizando cyberbullying com violência. Esse caminho nunca é a solução;
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Saiba que a prática do cyberbullying é prejudicial tanto para quem recebe quanto para quem pratica. Se as agressões não cessarem, procure ajuda profissional.
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O que podemos fazer na escola e em casa para prevenir cyberbullying?
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Dialogar sobre o significado de cyberbullying e suas consequências, utilizando a linguagem da criança;
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Não utilizar violência verbal em outros contextos, pois as crianças podem naturalizar o seu uso;
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Ensinar boas práticas no mundo virtual (não compartilhar senhas, não aceitar pedidos de desconhecidos, não compartilhar conteúdos ofensivos);
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Deixar claro que a criança pode relatar incidentes de cyberbullying e sinalizar que ela jamais será exposta;
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Reforçar os comportamentos positivos das crianças. Por exemplo, se você perceber a criança sendo gentil ou ajudando alguém online, elogie;
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Promover campanhas de amplo alcance da comunidade escolar a respeito do cyberbullying;
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Estimular a socialização entre os alunos para que eles aprendam a respeitar o próximo e a diferença entre eles e a sociedade;
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Educadores precisam estar alertas, já que, às vezes, o cyberbullying se inicia com piadas dentro da sala de aula (presencial ou virtual).