Tristeza, Desânimo ou Perda de Prazer
Como diferenciar os momentos em que tristeza, desânimo e perda de prazer são normais daqueles em que podem indicar depressão?
A tristeza é um sentimento que acompanha o desenvolvimento de todas as pessoas, inclusive crianças e adolescentes. Reagir com tristeza a notícias ruins ou frustrações é esperado e normal. O desânimo ou perda de prazer, quando se restringe a momentos específicos, também pode fazer parte do desenvolvimento normal.
Tristeza, desânimo ou perda de prazer podem indicar a presença de um problema de saúde mental como a depressão quando há uma mudança em relação ao comportamento habitual daquela criança/adolescente. Isto é, crianças e adolescentes que tornam-se mais quietas e/ou tristes que o seu habitual por longos períodos, ficam irritadas com mais facilidade, perdem o interesse em atividades que anteriormente gostavam, que passam a evitar ir para a escola ou que deixam de conviver com amigos e colegas merecem atenção para a existência de depressão.
Também são sinais de alerta quando essas manifestações estão associadas a diminuição no rendimento escolar, queixas frequentes de dor de cabeça ou dores pelo corpo, choro mais frequente que o habitual, sensibilidade exagerada a situações em que a criança ou adolescente se sente rejeitado e comunicação de ideias relacionadas à morte.
O que podemos fazer para ajudar alguém que está com tristeza ou desânimo em níveis preocupantes?
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A primeira atitude é se mostrar disponível para conversar com a criança ou adolescente, dando abertura para que este fale sobre o que está sentindo e possa contar o que está acontecendo na sua vida. A partir daí, com a concordância da criança ou adolescente, é importante que a escola converse com os pais ou responsáveis;
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Estimular a prática de exercício físico ou atividades culturais pode fazer muita diferença em uma criança com sintomas depressivos;
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Identificar possíveis fatores associados, como bullying, racismo, situações de negligência afetiva ou maus-tratos e agir ativamente sobre esses fatores.
Que atitudes podem atrapalhar?
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Conversar com a criança ou adolescente sobre a sua tristeza ou desânimo na frente de outros alunos;
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Desvalorizar os sentimentos da criança ou adolescente, ou dizer que há pessoas em situação pior;
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Dar conselhos excessivos, não deixando espaço para que a criança ou adolescente possa falar sem se sentir intimidado;
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Evite expressões como “você deveria...”, ou “ você tem que...”.
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Fingir que não está vendo.